Um thriller português que nos faz rir? Não é piada, é a sério. E ainda tem personagens inesquecíveis, diálogos certeiros e um crime no elevador.
Um livro cheio de inteligência e humor que explora os tiques e as vicissitudes de personagens que todos reconhecemos do prédio, do local de trabalho ou até mesmo das nossas amizades. Continue reading “Todos os dias são meus | Ana Saragoça”
Na próxima terça-feira, dia 6 de Março, pelas 19h, na Fnac Colombo assista ao lançamento do livro de Ana Saragoça, «Todos os Dias são Meus». Continue reading “Todos os Dias são Meus – lançamento”
Quando fores mãe, vais ver by Ana Saragoça
Dizem que os filhos não vêm com manual de instruções. Para quê? Se em todas as mães existe uma imensa sabedoria, feita de conhecimentos e afetos milenares, que se traduzem em frases que são o pilar de uma boa educação! O que um interminável responso ou uma palmadinha não chega para resolver uma situação, consegue uma destas frases que, em si, encerram uma verdade intemporal e, por isso, estão muito para além de um capricho momentâneo da nossa mãe. São a expressão de uma autoridade que não se contesta. Crescemos com essas frases e acabamos programados por elas; são o melhor instrumento de inculcação ideológica. Muito do seu efeito se perde na adolescência. Regressaremos a elas, inevitavelmente, quando formos pais.
Neste livro delicioso, a Ana Saragoça, reuniu uma coletânea destas frases, enriquecidas pelas suas variantes alentejanas. Com desassombro e sentido de humor, oferece-nos não só o seu significado mas a situação exata em que as mesmas devem ser aplicadas. Se quando nascemos não trazemos um manual de instruções, pela mão da Ana Saragoça, temos agora um manual completo de intimidação e coação psicológica para podermos controlar os diabinhos que temos em casa.
Felizmente, como pai, nunca uso estas frases. Bem, tirando uma ou outra exceção.
O que eu sei é que, em apuros, nunca se ouve ninguém gritar pelo pai. Portanto:
Mães de todo o mundo, uni-vos!
Todos os dias são meus by Ana Saragoça
Este romance abre com chegada da polícia. Um detetive, omisso em todo o livro, investiga a morte de uma jovem, assassinada no elevador do prédio onde morava. Apenas escutamos a voz dos personagens em resposta à sua investigação. É um maestro conduzindo uma orquestra onde os solistas se sucedem, ao longo do prédio, piso após piso. O primeiro depoimento é da porteira, protesta, com receio de que a possam incomodar por causa do cão. Não lhe ocorre que a polícia esteja a investigar o crime ocorrido. Este testemunho introduz-nos os moradores, vistos pelos olhos de uma mulher amargurada.
Para a porteira, a jovem tinha casa posta. Para o professor, era a que tomou o lugar de todos os que havia perdido. A mais desinteressante das criaturas, uma pessoazinha baça e insignificante, para a namorada do engenheiro. Uma menina tão bonita, para a empregada do professor. Esta jovem parece vestir uma pele de camaleão: adapta-se aos olhos de quem a vê, como se não fosse dotada de existência própria.
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