Cidade Proibida | Eduardo Pitta
Eduardo Pitta, poeta, escritor, ensaísta e crítico literário.
Os seus mais recentes livros constam do acervo deste blog.
Tinha de fixar esse instante antes que desaparecesse.
O romance de Eduardo Pitta abre com um instante: o momento em que o sol, atravessando a parede envidraçada virada a poente, abandona a devassa de toda a sala. É um ambiente de extrema elegância, que nos revela estarmos perante uma família da classe alta. O tipo de requinte que apenas o dinheiro velho permite. Em cena, duas personagens: Nora e o seu gato Teddy. O momento precede a entrada dos nomes de família: Os Moncada, os Ravara, os Lemos Fortunato…
Os nomes de família e a forma de vestir, sempre tão elegantes, tanto quanto as roupas de marca o permitem sem ostentação. Gente que habita um momento mágico e efémero, como aquele raio de sol que se despede, deixando de incidir sobre o cadeirão chippendale. A vida deixaria de fazer sentido se não fosse desfrutada naquele requinte, a única forma de se atingir um certo glamour.
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